quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz 2011

Desejamos boas festas e a mágica da mensagem de Carlos Drummond. Que o Ano Novo vindouro(2011) seja pleno.

Cris e Bete

sábado, 11 de dezembro de 2010

O amor e outros estranhos rumores

Por Eduardo Araujo

Fui no domingo com amigos assistir a esta peça onde vemos encenadas três histórias de Murilo Rubião. Em todas, Débora Falabella está no centro, o que é limitação e força desta peça. O longo e monótono monólogo inicial interpretado por ela (travestida de homem) perde em força por sua voz fraca e no equívoco, de próximo ao desfecho, descaracterizar-se, revelando a atriz sob a figura masculina. Desnecessária. Na segunda, ela retorna fazendo múltiplas mulheres, e o fato de contracenar com um ator muito seguro, permite a ela crescer em personas femininas, da sensual, jocosa, à recatada. No terceiro conto, ela realmente encanta no papel da esposa que engorda a cada pedido que faz. Interpretando com economia (mesmo travestida com uma roupa-balão), seus olhares enchem de graça e gracejo a personagem mais insólita da peça, e que tinha tudo para ser a mais antipática. E chega ao fim, com a amarração frouxa da abertura, homens com bilhetes em branco a espera de um trem, e que nada acrescenta, num preâmbulo e desfecho tanto artificial quanto desnecessário. Fica a certeza de que a peça poderia ser mais longa, entrelaçar outros contos do autor e, principalmente, arriscar mais, pois ainda que limitada a três história curtas, apresenta muitos vãos, vácuos, cenas que se dilatam sem força e sem grande significação. O cenário limpo, cheio de passagens e elementos bem aproveitados, o figurino finíssimo/retrô (coisificando os seres), a bela movimentação, o uso da projeção de modo criativo no fundo do cenário, e a figura insólita do coelho, costurando as cenas, faz de O amor... um belo espetáculo que, para honrar o caos surrealista, o nonsense fantástico e prosaico de Murilo Rubião, carecia de mais sujeira (ainda que aparente) e menos meticulosidade. Algo que ficasse (seria possível?) entre Antunes e Zé Celso, precisão, desplante e fluidez, um teatro para não se esquecer, onde certamente a pequena/grande menina Falabella teria certamente o seu lugar.

Eduardo, amigo querido, lindo e inteligentíssimo.
Ao seu lado é muito difícil este ato já doloroso de escrever.
Fui buscar em seu blog Revide, este texto sobre o espectáculo que asstimos juntos.
Obrigado Dú

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Meu paraiso...

Imbassaí


“Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz”
Os Mutantes


A praia de Imbassai fica no litoral norte da Bahia, entre a badaladíssima Praia do Forte e Costa do Sauípe.
Apesar da construção de um grande condomínio ao sul da praia e um novo lançamento no norte ela conserva uma aura mística, vinte duas horas, os poucos restaurantes fecham.
A vida resumisse aos dias longos e ensolarados.
Há cinco anos estava no Hostel Laranjeira, no Pelourinho quando uma das recepcionistas me falou desta praia, consequentemente do Hostel Lujimba, um local para fim de férias. Para descansar!
Os donos Roberto (um argentino para variar) e Carla (nativa) acolhem os hospedes e nos deixam muito a vontade.
Roberto é um artista plástico, adotou a Bahia com sua terra, possui um bom gosto incrível, um local rústico, mas cheio de charme.

Sentada no espaço onde fazemos as refeições é possível ouvir o barulho do mar, o canto dos pássaros e das cigarras e compartilhar da companhia dos Sagui, estes não possuem medo das pessoas, se bobearem eles e assaltam o que estivermos comendo e se for servidos melhor ainda, pois comem na nossa mão.
Chegar a Imbassai é muito fácil, sai ônibus da rodoviária (Linha Verde) ou de frente ao Shopping Iguatemi sai micro-ônibus.
Já chegar ao Hostel não é tão tranquilo, se estiver carregando peso o melhor é pegar um moto taxi, são dois quilômetros da pista principal. Até chegar ao Residencial Imbassai às ruas estão asfaltadas, a partir daqui a coisa pega mais eu posso garantir que vale muito.
A rua do hostel





Quando pensamos que estamos em lugar errado eis que aparece uma placa!

Continuamos nossa caminhada




Enfim! Lujimba Eco Hostel

A primeira vista


Os quartos

Os detalhes

As varandas




Mosaicos nos banheiros


O quintal


A vista dos quartos

Um espaço de meditação, leitura ou prática de Yoga
Minhas parceiras de quarto

Maria (Espanhola da Galícia) e Hegle ( Paulista, paulista da gema!)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Saladão do Juan

Por Isis Cavalcanti



E quando se descobre que a vida é mais que aquela que se vive na rotina do dia-a-dia? E que pessoas que você nunca viu, podem por alguns dias tornarem-se sua família?

Assim foi durante o tempo que estive em Lençóis- Bahia, visitando pela primeira vez a Chapada Diamantina, hospedada no Hostel Chapada.

Impressionante como foi fácil deixar tudo de lado e me envolver naquele lar de todo mundo que chega, trazendo na mala ou mochila a disposição de conhecer o novo e se entregar.

Onde todo dia é dia de boas vindas e despedidas. Onde sorrisos do mundo todo se compreendem em volta da mesma mesa, compartilhando pequenos prazeres do convívio, num ambiente vernacular e globalizado ao mesmo tempo.

Aconteceram na copa a maior parte dos momentos de troca, de bons dias, de histórias de vida, experiências de viagens ou dicas de passeios. A mesa larga e comprida acomodava todo tipo de conversa. Os copos, sempre a postos e regados, funcionavam como um convite à roda, testemunhando tudo, ao mesmo tempo que facilitavam o desenrolar dos diálogos principalmente dos "pluriidiomáticos", uma mesa de Babel. Momentos assim que antecediam ou prologavam as refeições, essas meio que assumindo um quê de sagradas. Cozinhar é uma arte porque comer é um prazer. Este lema resultava nas reuniões promovidas pelo "Chefitrião" argentino, que com seu sotaque peculiar, num autêntico e gostoso "portunhol", dava aulas de culinária a quem se interessasse, compartilhando seus pequenos segredos. Foi nessa atmosfera que se passou o dia do "Saladão do Juan", cujo o nome oficial de receita premiada eu nem preciso saber, mas que ficará como recordação de um almoço muito especial.





Enquanto duas hóspedes brincavam de fotografar, fazendo a cobertura do passo-a-passo da receita proposta, um colchão de pimentão verdes e tomates suculentos picados em tiras foram arrumados, juntamente com folhas frescas, distribuídos num recipiente espaçoso.



Indiferentes aos flashes, numa panela à parte foram cozinhados ovos com cenoura e batatas cortados em palitos. E enquanto ensinava seus truques para tratar as verduras gosmentas, numa segunda panela, foram refogados cebolas e alhos, adicionando-se berinjela e abobrinha cortadas em pedaços médios, tudo temperado com sal e orégano.







Na sequência, já demostrando alguma ansiedade em apresentar o resultado, foram adicionados ao primeiro recipiente os legumes cozidos, com ovos cortados em rodelas e sobre estes, o conteúdo refogado. Para coroamento, como camada final, foi despejado o atum ralado com queijo branco em pedaços , e como arremate, um molho de mostarda, mel e creme de leite.







Mais que comida saborosa e saudável, alimento no sentido amplo, que trouxe como condimentos ocultos a energia do ambiente e o carinho no capricho do autor. Inesquecível!






Isis, Juan e Ney

domingo, 14 de novembro de 2010

As histórias de Juan Mendez

La sandia no me gusta, porque.......!!!

Uma história de Juan e seu Papito


Dom Quadrado, um alemão (assim chamado por ter um tronco grande) tinha uma plantação de melancia e era vizinho da família Mendez

A família Mendez possuía um sitio no qual havia plantação de azeitonas, uvas, pêssegos.

Juan em um período de sua infância tinha como grande desafio, roubar melancia na hora do sesta do seu vizinho, porém tinha ele o cuidado de abrir a melancia para ver se a mesma estava madura, quando não, ele a colocava novamente no lugar, jogando terra sobre ela.

Um dia ao ser questionado pelo pai, intrigado com o aparecimento constante de melancia em casa, sem pestanejar logo foi dizendo:

_ Estou ajudando um senhor na venda de melancia e ele me paga dando-me melancia.

Certa manhã Dom Quadrado chegou ao sitio com um canivete na mão com as iniciais MM Mendez, perguntando se o mesmo pertencia a ele.

O pai de Juan Dom Moisés Maria Mendez disse que sim.

_ O senhor está roubando minhas melancias?

O pai pediu licença ao Senhor Quadrado e gritou

_ Juanananananan!!!

Juan que estava nos fundos da casa próximo ao galinheiro e o chiqueiro veio todo feliz e saltitante ao encontro do seu pai.

_ Sim Papito?

Ao ver o vizinho com o canivete na mão conversando com seu pai, deu meia volta e perna para que te quero...

Seu pai que possuía grande habilidade para pedalar, não pensou duas vezes, subiu numa bicicleta e foi atrás de Juan, que corria feito louco no carreador.

Quando sentiu que o pai se aproximava, jogou-se no chão entre a plantação para se esconder, porém logo sentiu um peso sobre ele, quando olhou já era seu pai enrolando a cinta na mão e logo dizendo:

_ Sabe por que está apanhando?

_ Não por que roubou melancia, mas porque Dom Quadrado pensou que “eu” estava roubando-o e não você...

No mesmo dia a mãe de Juan preparou seu prato preferido “bife a milanesa”.

Em sua casa todos tinham seu lugar para sentar se a mesa. No lugar de Juan não havia prato tampouco talheres, pensando ser muito esperto, ele logo sentando no lugar do irmão.

O pai muito firme mandou-o voltar a seu lugar.

Ao sentar-se o pai questionou-o

_ Juan, você quer um prato grande ou pequeno?

_Grande!

Respondeu Juan

_ Colher ou garfo e faca?

_ Garfo e faca

O pai pediu que a empregada servisse Juan.

_ Traga a Melancia.

Durante uma semana no café da manhã e na merenda, Juan comia o que era servido a todos, porém no almoço e jantar era servido Melancia em todos os formatos: melancia cubos, melancia em tira, melancia em todas as formas que você puder imaginar.

Caso um dia alguém venha oferecer melancia a Juan na sua presença você já sabe por que ele não ira aceitar e também a história que ele vai contar.

Juan Rogelio Mendez


Um homem que vive a vida com muita intensidade e por isso também tem muitas histórias para contar.
Vale a pena sentar ao seu lado tomando uma cerveja e ouvindo suas histórias.
Dono do Hostel Chapada, em Lençóis, na Chapada de Diamantina, Bahia.
Uma figura!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Oh! Bahia iaia!

Bahia que não me sei do pensamento aia!
Por Maria Cristina dos Santos

Um lugar para aquecer minha alma

Guarulhos x Salvador
Saída tranquila, lanche da Web Jet um saquinho minúsculo de amendoim com direito a bis (Bis do amendoim e não BIS) e coca-cola. Acabou a glamour das viagens aéreas.
Tripulação simpática.
Chegamos a Salvador as zero horas e quarenta minutos, após um dia de trabalho e uma maratona para arrumar as malas, não possuímos mais condições de raciocínio. Tínhamos duas opções passar a noite no aeroporto ou ir para rodoviário pois o primeiro ónibus para Lençóis sai as 06h30 e não tínhamos passagem.
Primeira grande burrada, Ana Palindrônica conseguiu um táxi por R$ 40,00 para rodoviária. Não pensamos simplesmente quando caímos em si já estávamos lá.
Sinistro!
Jamais façam isso.
Lugar estranho, gente esquisita.
Dormir? Nem pensar!
Valeu de tudo para permanecer acordas, chafé, balconista mal humorada, todos as histórias que aconteceram nos últimos meses, até cantar musicas infantis valeu.
Sete horas e trinta minutos embarque para Lençóis, oito horas de viagem. Está foi minha primeira vez durante o dia.
Uma longa viagem!
Paradas ? Perdemos as contas, parecia mais um pinga -pinga.
Chegamos em Lençóis em baixo de uma tempestade, com muito vento.


A imagem de um pé de manga caindo lentamente foi uma das coisas que nos chamaram atenção.

Enfim portão de entrada para o centro de Lençóis

A chegada ao Hostel Chapada

Quarto claro voltado para rua, o cansaço era tanto que não dormimos desmaiamos. Kelly, uma Paulista de Caçapava radicada na capital passando férias pela primeira vez na Chapada.

Juan Mendez, dono do Hostel um gentilmen como sempre.

Depois de uma boa noite de sono vamos ao nosso super roteiro.
Programação do primeiro dia
Roteiro 6
Caverna da Torrinha, Pai Inácio e Poço do Diabo

Nossa super guia Lee, mineira de nascimento, Bahia por opção, na direção do carro louca, louca, louca, quase que comecei a fazer meu testamento no carro mesmo.
Gente boa!
Frase do dia
"Dia de finados chove em todo país, parece-me que neste dia choram por ter deixados seus entes querido"

Elisiane Braga (Lee)
Nossos companheiros de aventura nesta jornada, eles optaram por fazer o roteiro um, que na verdade vê muita coisa, mas não dá tempo de curtir nada.

Emílio e Christian espanhóis, duas figuras!

E minha fiel parceira de viagem Ana Maria

Primeira parada: Torrinha

Torrinha não é a maior caverna do Brasil, mais é uma das mais completas, considerando-se a riqueza e a diversidade dos seus espeleotemas

A descoberta da caverna se deu em 1850, fica na propriedade particular em Iraquara. O atual dono e zelador da caverna, Eduardo Figueiredo da Silva contou-nos que na época seu bisavô, percorreu apenas 600 metros.
Em julho de 1992 em uma visita a espeleóloga parou para descansar e percebeu que a chama do seu carbureto balançou. A corrente de ar responsável pelo movimento vinha de uma passagem estreita, entre dois blocos desmoronados, que dava acesso a uma galeria desconhecida. Com esse trecho novo, a Torrinha passou a ter 8.300 mapeados e mais dois roteiros de visitação. Acredita-se que a caverna ainda tenha galerias não exploradas.



Suas principais formações:

Agulhas de gipsita

Formada de precipitação de sulfato de cálcio, as agulhas estão entre placas de argila desidatrada ao longo do tempo

Flor de aragonita
Cresce a partir de centros de cristais aciculares de aronita, ou seja, têm forma de agulha. A formação dá origem a arranjos que lembram flores, daí o nome. Este tipo de espeleotema é considerado raro.

Formações de vulcão

Fotografa oficial


Salão branco - Lembra a formação do Morro Pai Inácio

Flor de aragonita

Helictite
Formada a partir de precipitação de carbonato de cálcio em parede e teto ou sobre espeleotema previamente formado. A formação assumida pela helectite é controlada pela força da cristalização do mineral. O que explica a grande variedade de forma.

Estalactite: O fantasma


Forma-se a partir de gotas que vem do teto. Antes da queda, a solução libera calcita, um tipo de mineral, que precipita-se em sua volta em forma de anel. Sucessivamente , novas gotas depositam outros anéis. Essa superposição de anéis produzem em forma de canudo. alongada em direção ao solo.

Estalactide: O dente

Cortina, chamado vulgarmente de bacon


São formadas quando há superposição de "rastros" ou "linhas" de mineral precipitado. Ocorrem a partir gotas que escorrem ao longo do teto inclinado

Esta formação de estalactite forma um corredor de 60 metros

Estalactite: Pé de Pato

Luz do sol, após 3 horas na caverna

Pensou que acabou? Não tem uma pequena escalada para sair da caverna

Descanso mais que merecido