Por Maria Goreti de Sousa Marinho
Conhecer Belmonte, Portugal, foi um presente, um momento único. Conhecer a vila portuguesa em que nasceu nosso descobridor Pedro Álvares Cabral, e mais que isso, conhecer a história da descoberta de nosso país do outro lado do Atlântico, visto pelo olhar de portugueses, me fez encher de orgulho e ter muitas saudades do meu país.
Belmonte é uma vila que fica no Distrito de Castelo Branco, situada no cume de relevos montanhosos maravilhosos, com cerca de 3.200 habitantes. O município é limitado a norte pelo município da Guarda, a leste pelo Sabugal, a sueste pelo Fundão e a oeste pela Covilhã.
Verdadeiramente marcante nesta vila foi a presença romana. Efetivamente, os romanos, atraídos pela riqueza mineira e agrícola desta região, depressa se aperceberam da importância estratégica e econômica deste território atravessando-o com vias.
No séc. XIII, Belmonte era já uma vila bastante povoada por cristãos e judeus, justificando a existência de duas igrejas e uma sinagoga.
Em 1466 a família Cabral fixa-se definitivamente em Belmonte. Em 1500, Pedro Álvares Cabral foi nomeado para comandar a poderosa armada portuguesa, procurando estabelecer relações políticas, diplomáticas e comerciais com as Índias. Bem, daí em diante, já conhecemos a História...
Voltando à Vila de Belmonte, que além de possuir sítios arqueológicos da época romana , possui também o Castelo datado do século XIII, onde morou a família de Pedro Álvares Cabral e que hoje tem funções turísticas e culturais. Foi um privilégio como cultura geral conhecer tal local. Belmonte é uma vila onde a preservação da História em que estamos incluídos é bastante rica, e deve fazer parte de um roteiro turístico.
Na vila, podemos conhecer o Museu Judaico, um espaço singular pedagógico-didáctico sobre o Judaísmo, a cultura do povo judeu e a história dos cristãos-novos, e a sua persistência religiosa judaica através dos séculos.
O Ecomuseu do Zêzere, onde se pode estudar o percurso do rio Zêzere desde a sua nascente até à foz, assim como a fauna e flora, me lembrou muito a história do rio Tietê.
O Museu do Azeite foi construído no final do século XIX e início do século XX, destinava-se originalmente à transformação da azeitona de pequenos produtores. Após o seu encerramento, este espaço foi completamente abandonado até ser recuperado para a instalação do Museu, organizado com o propósito de mostrar o processo da transformação da azeitona em azeite. É um espaço muito legal, principalmente para nós que só conhecemos o azeite embalado.
No Museu do Azeite pode-se fazer uma espécie de tiborna, ou seja, provar pão molhado no azeite, e provar patês de diferentes tipos de azeitonas, muiiiiiiiiiiiito bom.
Mas o lugar onde me senti em casa foi visitando o Museu das Descobertas/Centro de Interpretação À Descoberta do Novo Mundo (DNM) que surgiu para que se fizesse conhecer um dos maiores feitos de sempre da História das Descobertas Portuguesas – o Achamento do Brasil.
Foi com a intenção de homenagear este importante capítulo da história nacional e mundial que se instalou no antigo Solar dos Cabrais (Casa dos Condes), o Centro Interativo da Descoberta do Novo Mundo.
Este espaço propõe-se dar a conhecer, estudar e divulgar o feito de Pedro Alvares Cabral, e a explorar a História da maior nação de expressão portuguesa, que ao longo de 5 séculos construiu-se através de uma extraordinária convivência de culturas.
Visitar o DNM é como fazer uma viagem com mais de 500 anos. É um aproximar à história dos descobrimentos e do Brasil. Por isso esta epopéia foi produzida utilizando como recurso as mais modernas tecnologias e técnicas museográficas de forma a ser entendida e compreendida por todos os públicos, inquietando-os, estimulando-os e dando-lhes a possibilidade de participarem, conhecerem e interpretarem a nossa história.
O DNM é um espaço de sensações e emoções que nos faz compreender, respeitar, sonhar e viajar. É uma viagem pelo Tempo.
No DNM, a Multimídia está ao serviço dos conteúdos. Ela é o meio para se apresentar de uma forma diferente e inovadora a História de uma viagem e de um país.
Neste âmbito, procurou-se sempre com rigor histórico e cientifico apresentarem temáticas e assuntos que de outra forma não seria possível.
Este é um museu vivo, que mantém uma dimensão imagética e sonora que se estende e aproveita os recursos tecnológicos atuais e amplia as potencialidades dos seus conteúdos através da virtualidade, da acessibilidade, da multimédia, da interconexão e da multiplicidade.
No Museu das Descobertas lembrei-me do Museu da Língua Portuguesa. Ambos têm muita semelhança na sua forma e conteúdo. Ambos falam de nosso passado.
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